sábado, 17 de janeiro de 2009
Raios mataram 75 pessoas no Brasil.
É no verão que os céus de todo o país desenham riscos luminosos, carregados de eletricidade. Os raios, considerados uma das mais violentas manifestações da natureza, foram responsáveis, só em 2008, por 75 mortes no Brasil, o maior número nos últimos dez anos. Em Sorocaba, caem por ano cerca de 10 mil raios, mesmo assim, segundo o estudo inédito do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que mapeou os locais no Brasil onde há a maior incidência de raios e quais as situações que acarretam mais riscos, a região foi uma das poucas do Estado de São Paulo a não ter registrado nenhuma morte ocasionada por raios no ano passado. O que não é motivo para descuido, já que há registros anteriores na cidade e região.
Apenas nos quatro primeiros dias do ano quatro pessoas já haviam morrido na Bahia, atingidos por raios, segundo o Elat. Um deles, na zona rural. Na última segunda-feira, o operador de máquinas Antônio de Oliveira, 45 anos, morreu atingido por um raio no canteiro de obras de um condomínio de casas, em Paulínia. Ontem, uma pessoa morreu ao ser atingida por um raio, na Fazenda Serramar, em Caraguatatuba. E o turista argentino, Arguello Ferrarto José, que foi atingido por um raio no dia 09, enquanto caminhava pela praia de Laguna, em Santa Catarina, morreu ontem.
Sorocaba
Como explicou o coordenador do estudo, Osmar Pinto Júnior, Sorocaba tem uma grande incidência de raios, mas devido ao seu porte ainda não sofre como nos grandes centros, onde o efeito urbano influencia na formação de tempestades. Para o pesquisador, Sorocaba caminha para esta realidade também, devido à urbanização e ao aumento na contingência. A influência na formação de tempestades ainda é sutil em Sorocaba, comentou, alertando que, mesmo assim, o sorocabano precisa se precaver, já que é esperado para 2009 incidência igual ou superior ao ano passado, quando o número de raios também foi maior que em 2007, principalmente nas regiões norte e nordeste, superando os 60 milhões de raios.
Como o verão é a época das tempestades, o pesquisador contou ainda que, neste ano especificamente, está havendo um retardamento no evento, que deve ter seu período mais crítico a partir de fevereiro, estendendo-se até março, diferente do padrão normal quando as tempestades acontecem entre dezembro e março. Mesmo assim, a atenção precisa ser mantida uma vez que a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para os próximos dias é de mais temporais acompanhados de raios.
Cuidados: verdades e mitos
Pinto Júnior recomendou às pessoas que fiquem atentas nestes períodos de tempestades. Assim que houver um trovão, buscar abrigo ou em uma residência próxima ou em um carro fechado. É importante se afastar de árvores isoladas e objetos metálicos, reforçou.
Caso a pessoa esteja no campo, a medida é se afastar de objetos como pás e enxadas e nunca ficar dentro da água, e a precaução vale tanto para rios, mar ,como piscina. A orientação causou espanto ao vendedor Fernando Almeida, ele que se nega a sair do água quando está chovendo disse que imaginava que fosse seguro. Assim como ele, há muita gente com dúvidas quanto aos mitos e verdades sobre raios.
Um dos principais mitos se transformou em bordão: Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar. Uma frase sem propósito, como explicou o pesquisador. Do mesmo modo, quem é atingido por um raio não fica eletrificado, pois a corrente vai diretamente para o solo. Assim, as pessoas podem prestar socorro à vítima sem problemas. Também não há nada confirmado sobre espelhos atraírem raios, como acreditavam os antigos.
A verdade sobre raios é que sapatos com sola de borracha podem salvar vidas, caso o raio caia próximo e não diretamente na pessoa. Assim como árvores precisam ser evitadas em tempestades.
Dados
Os dados coletados apontam que a localização com maior índice de fatalidade é ao ar livre e na zona rural; e os mais atingidos são homens na idade adulta. Em 2008, 61% dos casos ocorreram no verão, destas mortes, 83% aconteceram ao ar livre e 76% das vítimas eram homens.
Na divisão de grupos de pessoas e locais, em 30% dos casos os atingidos foram homens adultos trabalhando na zona rural, região onde foram registrados 63% dos casos. A região com maior incidência de mortes foi o sudeste, com 39%. Por Estados, São Paulo vem em primeiro com 20 casos e a circunstância mais comuns foi trabalho agropecuário no campo, com 19%. A pesquisa destacou ainda que, pela primeira vez foram registrados dois casos de mortes de pessoas falando ao celular dentro de casa, com o aparelho ligado à rede elétrica, 4%.
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