sábado, 21 de fevereiro de 2009

Morre o empresário e ex-deputado Sérgio Naya

Foi tarde coitadinho dele, não paga por bem, paga por mal.
O ex-deputado e empresário Sérgio Naya, 65, foi encontrado morto na tarde desta sexta-feira (20) em um quarto do hotel Jardim Atlântico, em Ilhéus, no sul da Bahia. Ele estava hospedado desde o dia 13 de fevereiro e participava de reuniões de negócios. Naya era proprietário da construtora Sersan, que construiu o prédio Palace 2, no Rio de Janeiro, que desabou em fevereiro de 1998 matando oito pessoas. Ele pretendia construir um shopping center em Ilhéus.

Segundo o deputado, o irmão de Naya, Paulo Naya, irá buscar o corpo neste sábado e o levará para Laranjal, em Minas Gerais, a cidade natal da família. Funcionários do hotel onde Naya estava hospedado contaram que o motorista do ex-deputado solicitou que ele fosse chamado, pois não estava no lugar marcado para encontrá-lo. Os funcionários chegaram a procurá-lo em outras dependências do hotel, antes de entrar no quarto com uma chave reserva.

De acordo com o hotel, até ontem Naya estava aparentemente bem, foi simpático com todos e viajava à cidade algumas vezes, a negócios. O corpo foi encontrado na cama, coberto, por volta das 16h.

Palace 2
No próximo dia 22, o desabamento do Palace 2 completa onze anos. Na ocasião, oito pessoas morreram e 150 famílias ficaram desabrigadas. Nos dias seguintes, com a área já isolada, houve outras quedas. Por fim, o local foi implodido.

O empresário teve o mandato de deputado federal cassado meses depois, mas foi absolvido em processo judicial que o apontava como réu do crime de responsabilidade pelo desabamento. Naya chegou a ficar preso, mas sua defesa argumentou que ele não era responsável pelo planejamento e execução da construção. Em 2004, o empresário voltou a ser preso quando tentava fugir para Montevidéu, e ficou detido por mais quatro meses.

O ex-deputado foi condenado a pagar indenizações que variavam entre R$ 200 mil e R$ 1,5 milhão a cerca de 120 famílias do Palace 2. Alegou, contudo, não ter dinheiro, e seus bens começaram a ser leiloados.

Há um ano, quando o desabamento completou dez anos, famílias ainda aguardavam para receber a indenização.

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