domingo, 25 de janeiro de 2009
Relatório da ONU indica que Israel cometeu crimes de guerra em Gaza
Cerca de 1300 palestinianos, muitos deles civis, foram mortos e 5000 ficaram feridos em consequência do conflito
O relatório do investigador das Nações Unidas para a situação dos direitos humanos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, Richard Falk, hoje tornado público, indica que Israel cometeu crimes de guerra no recente conflito de Gaza.
Richard Falk sublinha que Telavive deveria ter ajudado os civis de Gaza a escaparem das zonas de guerra e argumenta que a angústia mental por que passou a população foi tão grande que todos poderão ser considerados vítimas de guerra.
“Israel cometeu crimes de guerra” durante a sua campanha de 22 dias na Faixa de Gaza e deverá haver um relatório independente acerca da sua actuação, disse o investigador.
Falk indicou ainda que Israel não fez nenhum esforço para ajudar os cidadãos a escapar ao conflito.
“Fechar pessoas numa zona de guerra evoca o pior tipo de memórias internacionais do Gueto de Varsóvia”, disse Falk, que é judeu, referindo-se ao encarceramento e assassinato de judeus na capital polaca durante o regime nazi, na II Guerra Mundial.
Falk, cuja entrada em Israel foi negada duas semanas antes do assalto inicial a Gaza, no dia 27 de Dezembro, recusou ainda o argumento dado por Israel, de que o ataque foi levado a cabo como forma de “legítima defesa”, dado que o Hamas continuava a disparar “rockets” em direcção a Israel a partir de Gaza.
“Do meu ponto de vista, a ONU e a lei internacional não dão a Israel a fundamentação legal para poder reclamar legítima defesa”, disse.
Para além de Israel não ter apenas disparado, em retaliação, para as zonas a partir de onde foram disparados os “rockets” do Hamas, Telavive recusou-se a negociar com a organização islamista, evitando uma solução diplomática, indicou Falk.
Cerca de 1300 palestinianos, muitos deles civis, foram mortos e 5000 ficaram feridos em consequência do conflito. Do lado israelita morreram dez soldados e três civis.
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